domingo, 25 de março de 2012

''Um Amor Muito Especial-filhos com Deficiência''





''Um Amor Muito Especial-filhos com Deficiência''


A expectativa que toma conta do período de gestação da mulher é tão especial e admissível que se justifica a frustração ou a amargura que envolve tantos corações, quando constatam que seus rebentos, ansiosamente aguardados, são portadores de deficiência física ou mental ou a conjugação de ambas.

Compreensíveis a dor e a surpresa que se alojam nas consciências e nas almas paternas, ao começarem a pensar nas limitações e conflitos, agonias e enfermidades que acompanharão os seus filhos, marcados, irremediavelmente, para toda uma existência de dependências e limitações.

Quantos são os pais que, colhidos no amor próprio, fogem da responsabilidade de cooperar com os filhos debilitados?

Quantas são as mães que, transformadas em estátuas de dor ou de revolta, abandonam os filhos à própria sorte, relegando-os aos ventos do destino?

Entretanto, levanta-se um enorme contingente de pais e de mães que, ao identificarem os dramas em que se acham seus filhos inseridos, enchem-se de ternura, de dedicação, vendo nos rebentos, achacados no corpo ou na mente, oportunidade de crescimento e enobrecida luta em prol do futuro feliz para todos.

*

Seu filho com deficiência, não o descreia, é alguém que retorna aos caminhos humanos, após infelizes rotas de desrespeito à ordem geral da vida.

Seus filhos lesados por carências corporais ou psíquicas estão em processo de ressarcimento, havendo deixado para trás, nas avenidas largas do livre-arbítrio, as marcas do uso da exorbitância, da insubmissão ou da crueldade.

Costumeiramente, os indivíduos que se valeram do brilho intelectual ou da sagacidade mental para induzir ao erro, para destruir vidas no mundo, para infelicitar, intrigando e maldizendo, reencarnam com os centros cerebrais lesados, em virtude de se haverem atormentado com suas práticas inferiores, provocando processos de desarranjo nas energias da alma, localizadas na zona da estrutura cerebral.

Não só intelectuais degenerados renascem com limitações psico-cerebrais, tangidos pela Síndrome de Down, mas, também, os que resolveram mergulhar nas valas suicidas, destroçando o cérebro e os seus núcleos importantes, mantendo-se com os fulcros de energias perispirituais sob graves distúrbios que deverão ser recompostos por meio da reencarnação.

Indivíduos que, no passado, se atiraram à insana destruição corporal, arremessando-se de altitudes, ou sob pesados veículos, ou deixando-se afogar no bojo de massa líquida, podem retornar agora na posição de filhos da sua carne, marcados por hemi, para ou tetraplegias, por cegueira, mudez, surdez ou outras dramáticas situações que estão situadas no território das teratologias.

O despotismo implacável pode gerar neuroses ou epilepsias; o domínio cruel de massas indefesas e desprotegidas pode produzir os mesmos efeitos.

Os homicídios cruéis podem acarretar infortunados quadros epilépticos, produzindo sobre a rede psico-nervosa adulterações nas energias circulantes, provocando panes de freqüência variada, de caráter simples ou crônico.

Seus filhos com deficiências podem estar em alguma dessas condições, necessitados da sua compreensão e assistência, para que sejam capazes de superar as próprias deficiências, colocando-se aparelhados de resignação e esforço íntimo para que suplantem-se a si mesmos, rumando para Deus, após atendidos os projetos redentores da Divindade.

Ame seus rebentos problematizados do corpo ou da mente, ou de ambos, cooperando com eles, com muita paciência e com o preito da ternura, para que possam sair vitoriosos da expiação terrena, avançando para mais altos vôos no rumo do nosso Criador.

Forre-se de carinho, de paciência, de tranqüilidade interior, vendo nesses filhos doentes as jóias abençoadas que o Pai confia às suas mãos para que as burile.

Por outro lado, vale considerar que se você os tem nos braços ou sob a sua assistência e seus cuidados, paternais ou maternais, é em razão dos seus envolvimentos e compromissos com eles.

Você poderá tê-los recebido por renúncia e elevado amor de sua parte, mas, pode ser que você esteja diretamente ligado às causas que determinaram os dramas dos seus filhos, cabendo-lhe não alimentar remorsos descabidos, mas, sim, auxiliá-los e impulsioná-los para a própria recomposição, enquanto você, igualmente, avança para o Criador, sofrendo por seu turno o ter que vê-los resgatar, sem outra opção que não seja abraçá-los e se colocarem, você e eles, sob a luz do amor de Deus, resignadamente.



(Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira, inserta no livro "Nossas Riquezas Maiores")

quarta-feira, 21 de março de 2012

Espiritismo e Síndrome de Down


  Síndrome de Down 
e Espiritismo


A síndrome de Down corresponde a uma alteração cromossômica relativamente frequente, verificada em uma para cada 500 crianças nascidas (cerca de 0,2%), acarretando deficiência mental e anomalias no desenvolvimento ósseo e de vários órgãos internos.  
A ciência explica que a síndrome é devida à presença de um cromossomo 21 a mais nas células (95% dos casos). Assim, os indivíduos comprometidos apresentam três cromossomos 21, em vez de apenas um par desses elementos. Pode, também, a anomalia, em 4% dos casos, ser decorrente de uma translocação do braço longo do cromossomo 21 para um do grupo D ou do próprio G. Finalmente, em 1% dos pacientes, os denominados mosaicos, com a mistura de células com 46 e 47 cromossomos, revelando melhor prognóstico, apresentando-se com poucos estigmas e maior inteligência. 
Em verdade, sabemos que o acaso não existe. A própria harmonia que a natureza revela é prova redundante que fatores casuais não têm expressão. O comprometimento cromossômico é resultante da presença do Espírito, irradiando um campo energético próprio, agindo, não somente na atração dos gametas sexuais, como também na intimidade do zigoto, em plena elaboração do ser embrionário. 
Como todo efeito inteligente tem sempre uma causa também inteligente, pode-se deduzir a presença, durante a fecundação, do Espírito reencarnante, ligado vibratoriamente à sua futura mãe, exercendo ação sobre o óvulo, atraindo depois o espermatozóide que lhe é afim, isto é, aquele que está sintonizado com suas expressões energéticas, dentro da faixa evolutiva em que se encontra.
Cientistas da Universidade do Texas e do Instituto Weizmann de Israel também proclamam que óvulos se comunicam com espermatozóides, enviando-lhes sinais para guiá-los até as trompas de Falópio, tornando possível a fecundação, acreditando os pesquisadores que o sinal emitido pelo óvulo é um componente do líquido que o circunda, talvez uma reação química.  
A fecundação, encontro de duas células germinativas, proporciona a formação de um ser humano, constituído por cem trilhões de células que funcionam harmonicamente, sendo que diferentes grupos celulares estão especializados no desempenho de diferentes funções, responsáveis por fenômenos bioquímicos precisos. É claro que toda essa complexidade não pode ser fruto do acaso, existindo um substrato energético, agente causal da divisão, organização e metabolismo celular, que preexiste ao corpo físico e lhe serve de campo modelador ou orientador. 
A energia espiritual, controladora por excelência, funciona como um campo organizador biológico, atuando sobre os genes e, consequentemente, na dinâmica celular. Todas as transformações físicas, químicas, orgânicas, biológicas de todas as células são orientadas e dirigidas pelo Espírito que preside a tudo, funcionando o corpo humano como um grande computador biológico. 
Assim como qualquer obra humana exige uma planta de construção, o corpo humano é formado, nas maravilhosas fases da embriologia, seguindo as determinações do molde espiritual ali presente. O corpo extrafísico é, por conseguinte, o responsável pela formação de seu envoltório somático que, situado num meio vibratório mais denso, proporciona, pela sua resistência própria, as experiências necessárias e o despertamento de potencialidades.   
A partir desse conceito, passa a ter explicação plausível a ocorrência de malformações embrionárias e de afecções congênitas complexas, de acordo com o compromisso assumido pelo ser espiritual ali presente.   
Na síndrome de Down, tanto na trissomia do cromossomo 21, quanto em sua translocação e no mosaico, a gênese do processo biológico encontra-se no fator espiritual, já que a entidade em vias de reencarnar-se necessita dessa experiência no campo físico. 
A Doutrina Espírita é rica em ensinamentos a respeito do objetivo da reencarnação. Para uns, é expiação; para outros é missão. Mesmo quando a reencarnação é expiatória, o Espírito tem sempre a oportunidade da missão, executada no meio familiar ou até mesmo, de forma mais abrangente, no plano social, ajudando-os a progredir. 
A reencarnação se constitui em um distinto instituto pedagógico, em que o ser recebe a oportunidade do crescimento evolutivo. Como diz o Espírito André Luiz: “A reencarnação é o meio, a educação divina é o fim”. Através das vidas sucessivas, o homem é outorgado pelo merecimento de seus atos, como tem deles a responsabilidade. A Lei é uma só para todos, a qual é refletida na consciência de cada um, estando todos subordinados à justiça de Deus.  
Na dimensão espiritual, quando atormentado pelas torturas morais que o afligem, decorrentes do abuso que fizera de certas faculdades, o ser anseia por uma reencarnação expiatória, onde, ligado à faixa vibratória densa da matéria, terá a possibilidade do esquecimento e, consequentemente, do resgate da falta cometida em pretérita vivência na carne. Vitorioso diante da expiação retornará à verdadeira pátria, agora não mais como algoz, mas sim como vítima, não sendo mais assediado e enredado pelo remorso anterior que parecia não ter fim, quando, envolvido pelo sofrimento, ansiava por uma oportunidade reencarnatória. 
O Espírito que renasce, no meio físico, ostentando um comprometimento físico e mental, como o da síndrome de Down, está tendo uma oportunidade ímpar de crescimento evolutivo. Embora as cadeias temporárias da carne lhe impeçam o voo, o Espírito, durante o repouso do sono, compreende a importância dessa experiência e necessita de muita compreensão, extrema atenção e incomensurável amor de todos os circunstantes, principalmente dos seus familiares e amigos.  
A Doutrina Espírita, como o “Consolador Prometido”, vem reafirmar a existência da presença reconfortante e amorosa da reencarnação, explicando a problemática das crianças com deficiências mentais, decifrando enigmas de difícil compreensão e interpretação, à luz do conhecimento materialista e religioso dogmático.

Acima de tudo a certeza de que “DEUS É AMOR”.

AMÉRICO DOMINGOS NUNES FILHO
americonunes@terra.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
  


terça-feira, 20 de março de 2012

"LIBERTAÇÃO" André Luiz-Resumo do livro


Resumo do livro "LIBERTAÇÃO"


Título: "LIBERTAÇÃO" – Edição consultada: 6ª Edição/1974 

Autor: Espírito ANDRÉ LUIZ (pseudônimo de um consagrado médico que exerceu a Medicina no Rio de Janeiro)
Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER (concluída em 1949).
Edição: Primeira edição em 1949, pela Federação Espírita Brasileira (Rio de Janeiro/RJ)
Nota: Até 2002 já haviam 25 reedições, num total de 299.000 exemplares

 SINOPSE - Capítulo a capítulo

Cap I – Ouvindo elucidações – São citados vultos históricos que embora plenos de boas intenções, no entretanto não lograram semear a paz e a fraternidade. É dito que a Espiritualidade estuda a energia atômica (estávamos em 1949!) em aspectos inimagináveis para os encarnados. Há exortação de auxílio às almas caídas (de desencarnados), agrupadas em regiões trevosas de terrível aspecto.
Cap II – A palestra do Instrutor – O capítulo trata dos Espíritos desencarnados voltados para o mal: organizam e dirigem cidades espirituais onde almas caídas se refugiam, fugindo “envergonhadas de si mesmas”. São “filhos das trevas que se aglomeram, escorando-se, aos milhares, uns nos outros...”.
Cap III – Entendimento – Sublimes lições de renúncia e gratidão. Cita-se que as desarmonias da Terra são consideradas em tribunais mais altos do que possamos imaginar... A riqueza material é configurada como prova perigosa e aflitiva.
Cap IV – Numa cidade estranha – Há descrição de tenebroso reino das trevas. Seres de terrível aspecto, gemidos lancinantes vindos de toda parte... O ambiente é sufocante... Ali “padecem centenas de milhares de criaturas em amargos choques de retorno à realidade”. A direção dessa região é de um Espírito impiedoso que se intitulou “grande juiz”. Crianças, por compaixão celestial, não são levadas para ali.
Cap V – Operações seletivas – A lei de ação e reação está presente em toda parte. Mas naquela região das trevas os juízes hipnotizam os “réus” e os condenam e martirizam, ao invés de sugerir renovação moral — única via para a “liberdade”, consubstanciada na paz de espírito. Vemos descrição do processo da licantropia (doença mental em que o enfermo se julga transformado em lobo). Encontramos no capítulo preciosas elucidações sobre sintonia e aura.  
Cap VI – Observações e novidades – Citados os “halos vibratórios” (revestimento de cada Espírito). Simples e preciosa lição: a prece edifica barreiras às obsessões. É mostrado como a desarmonia doméstica entre cônjuges pode ser fruto da in-vigilância de um deles, que durante o desdobramento do sono recebe forte influenciação de obsessores vingativos. Há informação, ao que sabemos, inédita: “a segunda morte”, representada pela perda do perispírito... seja por grande mérito e ascensão a planos superiores, ou, ao contrário, por demasiada densidade mental na maldade e nos vícios. No primeiro caso, os Espíritos que muito evoluem “alçam voo altíssimo”; no segundo, os Espíritos mergulhados no mal transformam-se em esferas ovoides, quais fetos ou amebas mentais. Estes últimos, para sobreviver, imantam-se a hospedeiros — encarnados ou desencarnados — com eles sintonizados.
Cap VII – Quadro doloroso – Casas revestidas de lodo e de cheiro repelente davam o tom àquele local, pelo qual transitavam milhares de “loucos declarados”. Adiante, um brusco despenhadeiro e abaixo dele, furnas e abismos, onde milhares de Espíritos alienados mentais se amontoavam. Há reencarnações compulsórias, sob auspícios do Plano Superior, a beneficio de Espíritos em expiação de delitos graves.
Cap VIII – Inesperada intercessão – O bondoso Instrutor espiritual dialoga com o poderoso Espírito que se arvorou em “grande juiz” dos culpados. O objetivo do Instrutor é auxiliar a uma pessoa encarnada que está em vias de alienar-se e desencarnar, por subjugação obsessiva de 60 (sessenta) (!) Espíritos auxiliares desse “grande juiz”. São citados os “dragões” (Espíritos caídos no mal, operando há muito tempo em zonas inferiores da vida).
NOTA: O Autor Espiritual repassa o esclarecimento de que tais acontecimentos são de conhecimento da Espiritualidade amiga que, longe de com eles concordar, administra-os porém na medida justa, a benefício de devedores tais, que só a dor e as dificuldades inclinam à redenção.
Cap IX – Perseguidores invisíveis – Gúbio, A.Luiz e o companheiro Elói “integram-se” na equipe do poderoso juiz, com o fito de auxiliar à citada vítima da tão cruel obsessão... O capítulo é de forte expressão ao mostrar como se processa incessante vampirização pelas formas ovoides, fortemente ligadas ao cérebro da vítima encarnada, cujas energias usuais do corpo físico serviam-lhes de alimento. Há ainda interessantes dissertações sobre imagens religiosas em igrejas e halo vital (aura), cujas cores demonstram o patamar moral dos Espíritos (encarnados e desencarnados). Fluidificação de hóstias (!).
Cap X – Em aprendizado – A origem de uma vingança é detalhada. O apoio espiritual a todos os médicos é confirmado. A desarmonia no lar é vista do Plano espiritual, demonstrando como a ausência do Evangelho traz perturbações a familiares encarnados e desencarnados. A beleza física nem sempre é paralela à forma perispirítica...
Cap XI – Valiosa experiência – Temos aqui expostos os perigos da mediunidade mercantilista e também os tormentos vivenciados no arrependimento pelos abusos do poder. Há excelente lição sobre o ectoplasma. Novos processos obsessivos são também exemplificados e dimensionados.
Cap XII – Missão de amor – É descrita a terrível influência espiritual negativa mesmo entre Espíritos que se querem bem (encarnados e desencarnados), mas sintonizados em vingança. A força do perdão, associada a uma sublime prece, seguida de preciosa doutrinação, rompem duas barreiras do mal, erguida há tanto tempo por almas sedentas de vingança. E aí, assim, diante da força do amor, tais almas reconhecem a permanente caridade de Deus para com Seus filhos, dispensada por intermédio de Jesus e seus prepostos.
NOTA: Em nossa desqualificada opinião este é, talvez, um dos trechos mais belos de toda a literatura espírita, ao demonstrar como a humildade e a caridade são usinas de paz.

Cap XIII – Convocação familiar – Desdobrados pelo sono familiares encontram-se e são orientados à reconstrução de suas existências. A Lei de Causa e Efeito e o amparo fraternal do Instrutor reconstituem o passado, levando harmonia aos personagens envolvidos em até então dolorosos dramas.
Cap XIV – Singular episódio – O capítulo demonstra como todos os Espíritos têm, no âmago, a centelha imortal do amor. Mesmo aqueles que — e principalmente é o que nos resta demonstrado — estão provisoriamente engajados no mal. Nesse caso, sua conversão, ou melhor, seu retorno ao Bem, constitui aprendizado dos mais comoventes.
Cap XV – Finalmente, o socorro – É dissertado quanto ao problema da Espiritualidade que se ressente de médiuns desinteressados da humildade. São citados os médiuns que têm procedimento espiritualizado apenas nas poucas horas de duração da reunião mediúnica, quase sempre semanal... (e pensar que a semana tem 168 horas...). Há novos apontamentos sobre o ectoplasma (cópia de “força nêurica”).
Cap XVI – Encantamento pernicioso – O ciúme é descrito como verdadeira tempestade de fluidos malignos a desestabilizar (principalmente aos médiuns). Vemos aqui como os obsessores influenciam o médium presa de ciúmes, fazendo-o vacilar e perder o concurso da Espiritualidade protetora.
Cap XVII – Assistência fraternal – O Centro Espírita é refúgio abençoado para Espíritos sinceramente arrependidos e dispostos a mudança de rota, saindo do erro e caminhando na reconstrução. Há no capítulo uma importante informação: uma mãe suicida, com sua presença espiritual, inocula “vírus psíquico” nos filhos (crianças, ainda), “envenenando-lhes a carne delicada, através da respiração”. Formas-pensamento são delineadas, demonstrando a força criadora do pensamento.
Cap XVIII – Palavras de benfeitora – A reencarnação, raramente apreciada, constitui bênção sublime, divina, face as renovadas oportunidades de progresso que oferta, oportunidades essas que, pela maioria dos que reencarnam, têm aproveitamento prometido antes, são esquecidas durante, lamentadas depois...
Cap XIX – Precioso entendimento – Mais uma vez é lecionado que a “experiência terrena pode ser doloroso curso de renunciação pessoal mas também abençoada escola em que o Espírito de boa vontade pode alcançar culminâncias”. A dor e os obstáculos constituem ferramentas de melhoria moral a nosso favor. Vemos, neste capítulo, o fraternal encontro do Espírito que vai reencarnar com o Espírito encarnado que ser-lhe-á mãe. Notável o fato que, esses mesmos Espíritos, que estarão novamente reunidos no lar, em vida passada também foram familiares, com o parentesco invertido, isto é, eram mãe e filha; brevemente serão filha e mãe.
Cap XX – Reencontro – A compreensão e a fraternidade, consubstanciando o amor fraternal para aqueles que nos perseguem, são os verdadeiros dissolventes da vingança. O perseguidor é o irmão que tem menos a crueldade e mais a moléstia do orgulho ferido.
Findando este abençoado livro o Autor Espiritual nos brinda com exemplares casos de libertação (título desta obra), um em particular; todos, porém, graças ao infinito Amor de Deus, traduzido pela permanente ação fraternal e iluminada do amparo de Jesus.

OBS: Citaremos a seguir os nomes dos personagens do livro "LIBERTAÇÃO", colocando entre parênteses: (d) = desencarnado; (e) = encarnado, e os respectivos capítulo e página onde são pela primeira vez mencionados.

FLÁCUS (d) – l/13 – É um dos 12 (doze) Ministros de “Nosso Lar”.

GÚBIO (d) – 1/13 – Instrutor no educandário de “Nosso Lar”.

ELÓI (d) – 2/26 – Amigo de André Luiz.

MARGARIDA (d) – 3/39 – Enferma, atendida por Gúbio (seu pai em eras recuadas).

GAMA (d) - 3/40 – Instrutor encarregado de serviços em Colônia Espiritual.

CLÁUDIO (d) - 3/42 – Obsessor impenitente que recusa qualquer tipo de auxílio.Assassinou o sobrinho.

ANTÔNIO (d) – 3/44 – É o sobrinho que Cláudio assassinou.

GREGÓRIO (d) – 3/46 – Espírito trevoso, de grande potencial magnético, chefia centenas de Espíritos desditosos que obedecem-no cegamente.

NOTA: Os fatos narrados neste livro têm neste personagem o foco principal, redentor.

MATILDE (d) – 3/47 – Mãe de Gregório. É Espírito muito evoluído.


MARGARIDA (e) - 3/49 – Foi filha de Gúbio. Está imantada a Gregório.
JOÃO (e) - 6/82 – Citado por um Espírito (de mulher, também encarnado), como sendo voltado à prece.

MARINA (e) – 6/82 – Desdobrada pelo sono é assediada por um Espírito obsessor que a induz a perturbar o marido, este, em processo de auto-reforma espiritual.

JOAQUIM (e) – 7/95 – Precedeu reencarnação de um Espírito de mulher, extremamente infeliz, sua companheira em descaminhos do passado. Quando ela reencarnar, iniciarão a luta redentora de ambos.

TIMÃO (d) – 8/112 – Estranho personagem, preposto do poderoso Gregório.

SÉRGIO (d) – 9/113 – Auxiliar na equipe de obsessores do implacável juiz (Gregório).

SALDANHA (d) – 9/113 – Diretor da falange de obsessores.

IRACEMA (d) – 10/126 – Esposa de Saldanha.

JORGE (e) – 10/126 – Filho de Saldanha e Iracema. Inocente, foi julgado culpado. Enlouqueceu.

IRENE (d) – 10/127 – Esposa de Jorge. Suicidou-se.

GABRIEL (e) – 10/129 – Marido de Margarida.

MAURÍCIO (d) – 10/131 – Espírito protetor em ação no lar de Margarida.

LEÔNCIO (d) – 12/149 – Obsessor implacável (hipnotizador).
ALENCAR (e) – 13/165 – Irmão de Margarida.

LIA (e) – 13/165 – Neta de Saldanha
.

GASPAR (d) – 14/181 –
Obsessor. Hipnotizador de Margarida

AVELINA (e) – 14/182 – Esposa de Gaspar
.

ÂNGELO (e) – 14/183 – Filho de Gaspar e Avelina
.

FELÍCIO (e) 14/183 – Enfermeiro de Ângelo. É irmão de Elói
.

SILVA (e) – 15/197 – Realiza reuniões mediúnicas proveitosas em seu lar
.
OBS: Apenas como lembrete, este livro data de 1949, quando em muitas cidades não havia
C.E. (Centro Espírita).Atualmente há recomendação da FEB para que as reuniões mediúnicas se processem nos C.E.

SIDÔNIO (d) – 15/197 – Diretor espiritual das reuniões mediúnicas no lar de Silva.

ISAURA (e) – 15/200 – Médium de psicofonia. Esposa de Silva.





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domingo, 18 de março de 2012

Sinais dos tempos






Sinais dos tempos

1. - São chegados os tempos, dizem-nos de todas as partes, marcados por Deus, em que grandes acontecimentos se vão dar para regeneração da Humanidade. Em que sentido se devem entender essas palavras proféticas?
Para os incrédulos, nenhuma importância têm; aos seus olhos, nada mais exprimem que uma crença pueril, sem fundamento. Para a maioria dos crentes, elas apresentam qualquer coisa de místico e de sobrenatural, parecendo-lhes prenunciadoras da subversão das leis da Natureza. São igualmente errôneas ambas essas interpretações; a primeira, porque envolve uma negação da Providência; a segunda, porque tais palavras não anunciam a perturbação das leis da Natureza, mas o cumprimento dessas leis.

2. - Tudo na criação é harmonia; tudo revela uma previdência que não se desmente, nem nas menores, nem nas maiores coisas. Temos, pois, que afastar, desde logo, toda idéia de capricho, por inconciliável com a sabedoria divina. Em segundo lugar, se a nossa época esta designada para a realização de certas coisas, é que estas têm uma razão de ser na marcha do conjunto.
Isto posto, diremos que o nosso globo, como tudo o que existe, esta submetido à lei do progresso. Ele pro
gride, fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem e, moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam. Ambos esses progressos se realizam paralelamente, porquanto o melhoramento da habitação guarda relação com o do habitante. Fisicamente, o globo terráqueo há experimentado transformações que a Ciência tem comprovado e que o tornaram sucessivamente habitável por seres cada vez mais aperfeiçoados. Moralmente, a Humanidade progride pelo desenvolvimento da inteligência, do senso moral e do abrandamento dos costumes. Ao mesmo tempo que o melhoramento do globo se opera sob a ação das forças materiais, os homens para isso concorrem pelos esforços de sua inteligência. Saneiam as regiões insalubres, tornam mais fáceis as comunicações e mais produtiva a terra.
De duas maneiras se executa esse duplo progresso: uma, lenta, gradual e insensível; a outra, caracterizada por mudanças bruscas, a cada uma das quais corresponde um movimento ascensional mais rápido, que assinala, mediante impressões bem acentuadas, os períodos progressivos da Humanidade. Esses movimentos, subordinados, quanto às particularidades, ao livre-arbítrio dos homens, são, de certo modo, fatais em seu conjunto, porque estão sujeitos a leis, como os que se verificam na germinação, no crescimento e na maturidade das plantas. Por isso é que o movimento progressivo se efetua,às vezes, de modo parcial, isto é, limitado a uma raça ou a uma nação, doutras vezes, de modo geral.
O progresso da Humanidade se cumpre, pois, em virtude de uma lei. Ora, como todas as leis da Natureza são obra eterna da sabedoria e da presciência divinas, tudo o que é efeito dessas leis resulta da vontade de Deus, não de uma vontade acidental e caprichosa, mas de uma vontade imutável. Quando, por conseguinte, a Humanidade está madura para subir um degrau, pode dizer-se que são chegados os tempos marcados por Deus, como se pode dizer também que, em tal estação, eles chegam para a maturação dos frutos e sua colheita.

3. - Do fato de ser inevitável, porque é da natureza o movimento progressivo da Humanidade, não se segue que Deus lhe seja indiferente e que, depois de ter estabelecido leis, se haja recolhido à inação, deixando que as coisas caminhem por si sós. Sem dúvida, suas leis são eternas e imutáveis, mas porque a sua própria vontade é eterna e constante e porque o seu pensamento anima sem interrupção todas as coisas. 
Esse pensamento, que em tudo penetra, é a força inteligente e permanente que mantém a harmonia em tudo.
Cessasse ele um só instante de atuar e o Universo seria como um relógio sem pêndulo regulador. Deus, pois, vela incessantemente pela execução de suas leis e os Espíritos que povoam o espaço são seus ministros, encarregados de atender aos pormenores, dentro de atribuições que correspondem ao grau de adiantamento que tenham alcançado.

4. - O Universo é, ao mesmo tempo, um mecanismo incomensurável, acionado por um número incontável de inteligências, e um imenso governo em o qual cada ser inteligente tem a sua parte de ação sob as vistas do soberano Senhor, cuja vontade única mantém por toda parte a unidade. Sob o império dessa vasta potência reguladora, tudo se move, tudo funciona em perfeita ordem. 
Onde nos parece haver perturbações, o que há são movimentos parciais e isolados, que se nos afiguram irregulares apenas porque circunscrita é a nossa visão. Se lhes pudéssemos abarcar o conjunto, veríamos que tais irregularidades são apenas aparentes e que se harmonizam com o 
todo.

5. - A Humanidade tem realizado, até ao presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral. Não poderiam consegui-lo nem com as suas crenças, nem com as suas instituições antiquadas, restos de outra idade, boas para certa época, suficientes para um estado transitório, mas que, havendo dado tudo o que comportavam, seriam hoje um entrave.
 Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho.
Tal o período em que doravante vão entrar e que marcará uma das fases principais da vida da Humanidade. Essa fase, que neste momento se elabora, é o complemento indispensável do estado precedente, como a idade viril o é da juventude. Ela podia, pois, ser prevista e predita de antemão e é por isso que se diz que são chegados os tempos determinados por Deus.

6. - Nestes tempos, porém, não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação limitada a certa região, ou a um povo, a uma raça. Trata-se de um movimento universal, a operar-se no sentido do progresso moral. Uma nova ordem de coisas tende a estabelecer-se, e os homens, que mais opostos lhe são, para ela trabalham a seu mau grado. A geração futura, desembaraçada das escórias do velho mundo e formada de elementos mais depurados, se achará possuída de idéias e de sentimentos muito diversos dos da geração
presente, que se vai a passo de gigante. O velho mundo estará morto e apenas viverá na História, como o estão hoje os tempos da Idade Média, com seus costumes bárbaros e suas crenças supersticiosas.
Aliás, todos sabem quanto ainda deixa a desejar a atual ordem de coisas. Depois de se haver, de certo modo, considerado todo o bem-estar material, produto da inteligência, logra-se compreender que o complemento desse bem estar somente pode achar-se no desenvolvimento moral. Quanto mais se avança, tanto mais se sente o que falta, sem que, entretanto, se possa ainda definir claramente o que seja: é isso efeito do trabalho íntimo que se opera em prol da regeneração. Surgem desejos, aspirações, que são como que o pressentimento de um estado melhor.

7. - Mas, uma mudança tão radical como a que se está elaborando não pode realizar-se sem comoções. Há, inevitavelmente, luta de idéias. Desse conflito forçosamente se originarão passageiras perturbações, até que o terreno se ache aplanado e restabelecido o equilíbrio. É, pois, da luta das idéias que surgirão os graves acontecimentos preditos e não de cataclismos ou catástrofes puramente materiais. Os cataclismos gerais foram conseqüência do estado de formação da Terra. Hoje, não são mais as entranhas do planeta que se agitam: são as da Humanidade.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Paulo: Uma Perspectiva Espírita



Estudando Paulo de Tarso

Paulo: Uma Perspectiva Espírita 


Para entendermos a teologia de Paulo numa perspectiva espírita é preciso termos alguns cuidados na interpretação dos textos deste valioso apóstolo.
Em primeiro lugar faz-se necessário nos descondicionarmos da visão de aproximadamente dois mil anos que o cristianismo organizado nos trouxe, onde os ensinamentos de Jesus foram interpretados de forma incorreta.
Dizemos desta forma, pois devido à sua imaturidade espiritual o homem nestes dois milênios posteriores à vinda de Jesus não conseguiu compreender alguns pontos da Mensagem do Evangelho criando doutrinas que divergem da essência do que o Senhor nos trouxe, formando, assim, na humanidade, um psiquismo difícil de ser alijado da nossa intimidade, psiquismo este que tem nos levado a enganos e dificultado a compreensão da maior mensagem que Deus deu à humanidade.
Como segunda necessidade para melhor entender Paulo é preciso compreendê-lo dentro de suas três realidades, ou seja, devemos inseri-lo em seus três mundos.
  • Ele era cidadão romano (cf. Atos, 22: 25, 27 e 29)
  • Tinha se formado numa cultura grega e era profundo conhecedor deste idioma, de sua literatura e filosofia. Nascido em Tarso, uma cidade que tinha uma das maiores universidades da época; teve segundo Emmanuel1 convívio com mestres da escola de Atenas e de Alexandria.
  • Era Judeu, fariseu, criado aos pés de Gamaliel2.
Portanto, Paulo não é autor de nenhuma teologia antissemita, não tem Jesus como Deus, e nem prega um Deus trino o que seria inadmissível para o judaísmo em que foi formado. Ele não rompeu com o judaísmo, a elite judaica é que não o compreendendo não o aceitou, como também, anteriormente, não aceitara Jesus.
O que o apóstolo dos gentios percebeu e por isso não foi compreendido por muitos é que Jesus era o Messias falado nas Escrituras hebraicas, que era maior do que Moisés e do que todos os profetas; que Ele era a continuidade da Torah, Ele a completava, era o objetivo dela; o Seu Evangelho era a Terra Prometida a seus ancestrais. Para Paulo Jesus não era rival de Moisés e nem vice-versa, Moisés era servidor de Jesus e tinha seu valor, como Jesus era de Deus.
A teologia paulina é eminentemente judaica, Jesus é o cumprimento da Promessa, é a semente de Abraão3.
*****
O Bispo anglicano Nicholas Thomas Wright, em seu livro “Paulo – Novas Perspectivas”4, define a estrutura do monoteísmo judaico fundamentada em três conceitos importantes. São eles o de criação, providência, e juízo.
Segundo este considerado autor, em Paulo também veremos a mesma temática expressa em toda sua teologia.
Interessante observarmos, quando nosso desejo é fazermos um releitura de Paulo sob uma ótica espírita, que na Doutrina codificada por Kardec também teremos os mesmos assuntos nos desafiando por toda obra.
Criação – tendo entendido que existe uma criação, o judaísmo teve o bom senso de perceber que esta não se fez ao acaso, mas que era obra de um criador. Vemos aqui a presença daquela orientação dada a Kardec pelos Espíritos codificadores:
Não há efeito sem causa. E neste axioma podemos encontrar a prova da existência de Deus, o Criador. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.5
Assim, temos, se há uma criação, tem-se então um criador, que neste caso é Deus, o Criador dos céus e da terra.6
Guardemos, portanto, esta informação, no Judaísmo de Paulo Deus é o Criador do Universo e de todas as coisas.
Os céus contam a glória de Deus,
E o firmamento proclama as obras de suas mãos.
O dia entrega a mensagem a outro dia,
E a noite a faz conhecer a outra noite.
Não há termos, não há palavras,
Nenhuma voz que deles se ouça;
E por toda a terra sua linha aparece
E até aos confins do mundo a sua linguagem.
Ali pôs uma tenda para o sol,
E ele sai, qual esposo da alcova,
Como alegre herói, percorrendo o caminho.7

(No proximo texto trabalheremos os conceitos de "Providência" e Juízo")

1 XAVIER, Francisco C./ Emmanuel (Espírito). Paulo e Estevão, 41ª Ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Pág. 84
2 Atos, 22: 3 e 26: 4 e 5
3 Cf. Gênesis, 13: 15 e Gálatas, 3: 16
4 WRIGHT, N.T.; Tradução de Joshuah de Bragança Soares. Paulo Novas Perspectivas. São Paulo: Loyola, 2009.
5 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 50ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980. Q. 4
6 Gênesis, 1: 1
7 Salmo, 19: 1 a 6
 
Autor: Claudio Fajardo

"Na sua condição de Cristianismo Redivivo, a divulgação do Espiritismo Evangélico, quanto mais ampla, mais benefícios trará para a coletividade." Chico Xavier